sexta-feira, 28 de novembro de 2008

27º Encontro: 13/11 - O que se pode explorar numa fábula? E em uma piada?

É preciso estar atento às situações relatadas em cada fábula e saber dar o peso certo a cada história. Na Educação Infantil, pode-se interpretar muitas das invenções mirabolantes dos pequenos como traços naturais do desenvolvimento humano. Cabe ao professor incentivar a fantasia nas brincadeiras e fazer valer a realidade nas tarefas diárias. Peso diferente, no entanto, deve ser dado aos casos de fantasia desenfreada, ou mentira, no Ensino Fundamental ou no Médio. Podemos também explorar a importância da honestidade em atos do cotidiano. Com ajuda de fábulas e de muita conversa, é possível mostrar que mentir é um impeditivo social sério que traz problemas para o enganador e o enganado. A turma percebe que o mentiroso, mesmo sem ter seu nariz crescido como o do personagem Pinóquio, pode ser desmascarado e perder a confiança do grupo.


28º Encontro: 20/11 - Como podem ser trabalhados os problemas de organização do texto?


Ao se observar as características que distinguem um gênero de outro, per­cebemos que há elementos textuais que organizam e sustentam sua composição. Para cada gênero textual, há uma construção específica, de acordo com:
A intencionalidade do autor: • o que autor deste texto pretende?
Informatividade do texto: • que tipo de informação ele deseja transmitir?
Receptor do texto: • estas informações se destinam a que e a quem?
Enquanto os gêneros textuais, segundo Marcuschi (2008), são os textos que encontramos em nossa vida diária com composições funcionais e objetivos enun­ciativos, os tipos textuais referem-se ao modo como o texto está escrito, sua estru­tura composicional (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). Há cinco tipos de textos. Diferente dos gêneros, os tipos textuais apresen­tam um conjunto limitado de categorias e sem tendência a aumentar.
Quando o professor se propõe a trabalhar a produção textual com seus alunos com textos reais, a partir de um projeto da escola, ele não só estará trabalhando com os alunos os diferentes gêneros textuais e ampliando o conhecimento em di­versas áreas, como também estará construindo uma ação interdisciplinar que mui­to se aproxima da transdisciplinaridade, uma vez que se rompe com a prática da disciplina isolada e se parte para uma integração de saberes que envolverão toda a comunidade escolar.


29º Encontro: 27/11 - Como foi sua experiência com a aplicação em sala de aula de sugestões de atividades do Curso Alfabetização e Linguagem?
30º Encontro: 04/12 - Qual avaliação você faz do seu crescimento o decorrer do curso?

Ao iniciar o curso Alfabetização e Linguagem e fazer um mapeamento sobre o que estava sendo proposto e o que busco, pude constatar a riqueza do material distribuído e a importância de uma capacitação para nós, professores da rede pública e isso me trouxe à consciência o senso da responsabilidade social de cumprir o nosso papel de formador de opinião, de cidadão crítico capaz de interagir na sociedade.
Me prendi na forma clara e objetiva dos autores em escrever temasque todos os dias atuamos e julgamos, muitas vezes, sermos o dono da razão. A abordagem adotada no módulo desmistifica a idéia de que o professor é o detentor do conhecimento absoluto. Hoje, o papel do professor é ser o mediador do processo de ensino-aprendizagem, que vê no aluno um parceiro e também o gestor da sua aprendizagem.
Dentre as propostas apresentadas neste módulo, gostaria de destacar dois eixos que considero de relevante importância: o primeiro deles é a teoria aliada à prática pedagógica e a troca de experiência. De nada adianta produzir textos retóricos, cheios de relatos de outros se não aplicar de forma integrada o conhecimento que estou construindo. Essa parceria da didática com a prática fortalece o princípio de que o aluno tem uma aprendizagem significativa quando ele vivencia na prática o que foi ensinado e compartilha de sua experiência. Ainda falando de teoria x prática, me deparei com o primeiro exercício: criar um blog colocando em prática a comunicação e o diálogo virtual (troca de experiência). Foi um desafio, mas aos poucos estou me familiarizando com a tecnologia. O segundo eixo que quero ressaltar é a discussão da aprendizagem significativa, pois muitas das atividades apresentadas no curso Alfabetização e linguagem foram testadas em minha sala de aula e meus alunos só saíram ganhando.
Fortaleci a convicção de que a formação continuada, os cursos de aperfeiçoamento é o resultado de uma sociedade democrática e que luta por uma educação pública de qualidade para todos. Já estamos na trilha certa, agora é preciso apressar o passo e num só compasso conquistar o alvo.
Parabéns Josselita pela dedicação, atenção, compreensão, competência e carinho com todos nós. Você fez toda a diferença!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Um grande abraço!!!!!!!

HELLEN VIRGINI


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

13º Encontro: 03/07 – Quais ingredientes fazem parte de uma boa história?
Criatividade, emoção, conhecimento prévio do assunto são ingredientes indispensáveis em uma boa história.
14º Encontro: 31/07 – Como você vê os eventos de oralidade e escrita que aparecem no filme "Narradores de Javé"? Como a escrita e a leitura afetam os personagens do filme? Quais gêneros e tipos textuais aparecem no filme?


O filme “ Os narradores de Javé” nos traz uma narrativa lindíssima recriando de forma poética os vários Brasis e trazendo à tona um tema que ainda hoje é atual e instigante: o poder exercido por aqueles que detêm a escrita sobre os que conhecem apenas a língua falada. Conta a história de um povoado que, ao saber da iminência de ter seu vilarejo inundado pelas águas de uma represa, vê, como único modo de impedir o acontecimento, a transformação do local em um patrimônio da humanidade. Para isso os moradores decidem passar para o papel todas as lendas sobre a origem de Javé, mas, como são todos analfabetos, chamam o escrivão local Antônio Biá para escrever um livro sobre o vilarejo. Acontece que Biá tinha sido banido de Javé por ter difamado praticamente toda a população através de cartas que ajudaram a salvar seu emprego nos Correios locais. Mas, no desespero que as tornam dependentes de um "escrivinhador", as pessoas da cidade acabam dando essa oportunidade de o escrivão se redimir. A partir daí, Biá passa a ir de casa em casa na região a fim de registrar no papel as lendas guardadas nas cabeças dos moradores de Javé. O único problema é que cada morador conta uma história diferente, e sempre defendendo os interesses de seus antepassados.
Nas várias versões os heróis são alterados conforme o narrador. Assim, na versão relatada por uma mulher do povoado, a grande heroína entre os fundadores de Javé é Maria Dina. Na versão de um morador negro, o herói principal também é negro e chama-se Indalêo. Assim, ao mesmo tempo em que o filme nos diz da interferência do narrador na história, também fala sobre os excluídos da "história oficial" (a dos livros didáticos).
Na narração sobre Indalêo surge a oralidade da memória - como praticada por culturas milenares. O narrador negro canta a história em seu dialeto africano, quase num êxtase profético, que nos remete tanto aos gregos como aos xamãs. As divisas cantadas, que são as fronteiras de Javé pronunciadas em canto, também são outro exemplo da aparição desse elemento no filme. O canto demarca uma terra (Javé), que está sendo disputada, e é o canto que legitima sua posse, não um documento escrito. Da mesma forma, são as versões orais que podem tornar esse espaço de terra patrimônio histórico. De forma sintética, todo o filme fala de uma disputa entre a história oficial e aqueles excluídos dessa história, assim como, entre a oralidade e a escrita


15º Encontro: 07/08 - Qual a relevância do estudo da história da Língua Portuguesa para o seu trabalho cotidiano?
16º Encontro: 14/08 - O que você pensa sobre intergenericidade? Vamos produzir um texto assim?


De acordo com o PCNEM “ O papel da disciplina língua portuguesa é o de possibilitar, por procedimentos sistemáticos, o desenvolvimento das ações de produção de inguagem em diferentes situações de interação.(...) Compreende o processo de inserção dos sujeitos nas práticas sociais, que têm a linguagem como mediadora das ações e defi nidora das intenções. (...) Um aprendizado de língua implica a apreensão da práti ca dos usos da língua construídos e compreendidos em interações. Daí porque não se pode trabalhar só a gramática, desvinculada de seu aspecto sociopragmático. ” p. 27
Como lemos acima, a língua se constrói entre sujeitos em diferentes situações
de interação: o trabalho, a família, a escola e vai sendo adequada a parti r dos propósitos
comunicativos dos interlocutores, da formalidade ou informalidade da situação,
da relação de hierarquia que se tem com esses interlocutores e do assunto
que vai ser tratado.
Em uma metodologia interacionista, é crucial levar em conta que:
• não podemos dizer aos alunos que há uma fala certa e uma fala errada, mas
que há falas mais monitoradas e menos monitoradas e que devemos usar
uma ou outra de acordo com a situação na qual nos encontramos ;
• é preciso construir uma metodologia que, sem desvalorizar qualquer norma,
compare e diferencie as formas usadas em cada estilo de fala ;
• enquanto os alunos de classe média possuem razoável facilidade em dominar
o dialeto padrão, uma vez que eles já estão em contato real com este
dialeto no seu ambiente familiar, o mesmo não acontece com os alunos das
classes mais pobres, uma vez que a norma utilizada em suas interações na
comunidade é bastante diferente daquela aprendida na escola;
• a gramática da norma padrão precisa ser ensinada de uma maneira reflexiva
e inserida em contextos discursivos para, dessa forma, possibilitar ao aluno
o domínio desta norma e, assim, poder desenvolver a capacidade de monitorar
seu estilo de fala;
• é preciso criar (simular) contextos formais (debates, seminários, entrevistas
de emprego, etc.) e informais (diálogos com os colegas, familiares, contação
de piadas) em sala de aula, oportunizando o uso de um estilo ou outro;
• é necessário ampliar a visão de mundo do aluno, por meio de práticas de
letramento: leitura de bons livros, filmes, obras de arte, entre outros, para que
o aluno possa ter acesso a essas práticas e assim partilhar com igualdade de
condições com um interlocutor letrado.
Segue abaixo três textos onde há a ampliação dos usos da língua, mostrando como cada falante usaria de recursos comunicativos (e argumentativos) de acordo com seu interlocutor, seu propósito, ou intenção.

A- Como se fosse uma dondoca descrevendo a casa para a querida amiga:
“Amiga, a casa na verdade parece um palácio, um acabamento finíssimo, de alto requinte. É a nossa cara. Tem espaço suficiente para fazer os nossos chás, uma sala de jogos para as crianças, um SPA acoplado com salão de beleza, uma sala de visitas acolhedora com quatro ambientes, um barzinho e uma sinuca para a diversão dos amigos do meu marido. A cozinha é totalmente planejada e adaptada para facilitar o serviço dos nossos cinco empregados, tem sete quartos e todos com suítes e simplesmente, amiga, todos com designer contemporâneo francês. O jardim é perfeito e do 1° pavimento podemos contemplar a linda paisagem, com uma piscina projetada pela arquiteta mais badalada do momento. Afinal, é tudo o que uma mulher como nós merecemos. Já ia me esquecendo de te falar, mas casa é totalmente espelhada e com detalhes de cristal em todas as janelas. É um show.”


B- Como se fosse a noiva convencendo o noivo a comprar a casa:
“Olha querido como essa casa é espaçosa! cabe no nosso orçamento e tem uma vista ótima e quando tivermos nossos filhos poderemos fazer mais quartos lá em cima, sem contar que além da excelente localização e vizinhança, fica perto da minha mãe que poderá nos auxiliar no cuidado com o bebê. E a suíte? Você viu? – que coisa mais linda! Poderemos usufruir dos nossos momentos íntimos com todo conforto. Além do que economizaremos com motel, pois é exatamente igual àquela suíte presidencial que sempre vamos. A meu ver está correspondente ao que nós precisamos e ao que desejo. O que você acha? Gostou? Concorda comigo?”


17º Encontro: 28/08 - Considerando o texto da música E.C.T. (Nando Reis, Marisa Monte, Carlinhos Brown) gravada por Cássia Eller e aplicando as estratégias de leitura, identifique o gênero e tipo textual. Quais são os personagens e onde aparece a fala de cada um?

Uma das formas mais interessantes de se trabalhar é utilizar um gênero textual que envolve todos os falantes letrados ou não: Letra de música.
Na música E.C.T o tipo textual predominante é narrativo, pois há uma pessoa que conta a história de uma carta que foi enviada para sua amada prometendo se casar com ela logo que ele voltasse de viagem. Porém, essa carta não chegou à destinatária, mas alguém abriu e fez uma música com o que estava escrito na carta.


18º Encontro: 04/09 - Feira do Livro de Brasília - Você proporciona a seus alunos experiências significativas de leitura crítica? Em suas aulas permite a leitura por prazer? Exemplifique.

A Feira do Livro é uma grande oportunidade para nossos alunos terem mais acesso ao mundo da leitura. Quero ressaltar a visita de minha Escola à Feira do Livro de 2007. Muitos dos meus alunos, todos de Zona Rural, nunca tinham visitado um Shopping, muito menos ver de perto um escritor. Foi emocionante ver os olhinhos brilhando ao participar e ouvir a palestra ministrada. Os relatos sobre a visita nos fizeram refletir sobre a grande responsabilidade que temos de conduzi-los ao mundo prazeroso da leitura.
Neste ano a Professora Lucília Garcez recebeu os participantes do Curso Alfabetização e Linguagem para uma conversa e apresentação do seu mais novo livro:” Ler=Muito prazer, destacando as orientações para o trabalho com a formação de leitores e com a literatura infanto-juvenil.


19º Encontro: 11/09 - A Língua Portuguesa falada no início da colonização do Brasil sofreu mudanças? O que provocou estas mudanças?

Um novo afastamento entre o português brasileiro e o europeu aconteceu quando a língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças ocorridas no falar português (principalmente por influência francesa) durante o século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente, à maneira de pronunciar da época da descoberta. Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 1821, quando a família real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de Napoleão Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades.
Após a independência (1822), o português falado no Brasil sofreu influências de imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que existem entre as regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório que cada uma recebeu.
No século XX, a distância entre as variantes portuguesa e brasileira do português aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo um procedimento unificado para a incorporação de novos termos à língua, certas palavras passaram a ter formas diferentes nos dois países (comboio e trem, autocarro e ônibus, pedágio e portagem). Além disso, o individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento romântico do início do século intensificaram o projeto de criação de uma literatura nacional expressa na variedade brasileira da língua portuguesa, argumento retomado pelos modernistas que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro. A abertura conquistada pelos modernistas consagrou literariamente a norma brasileira.
Na área vasta e descontínua em que é falado, o português apresenta-se, como qualquer língua viva, internamente diferenciado em variedades que divergem de maneira mais ou menos acentuada quanto à pronúncia, a gramática e ao vocabulário. Tal diferenciação, entretanto, não compromete a unidade do idioma: apesar da acidentada história da sua expansão na Europa e, principalmente, fora dela, a língua portuguesa conseguiu manter até hoje apreciável coesão entre as suas variedades.
No estudo das formas que veio a assumir a língua portuguesa na África, na Ásia e na Oceania, é necessário distinguir dois tipos de variedades: as crioulas e as não crioulas. As variedades crioulas resultam do contato que o sistema linguístico português estabeleceu, a partir do século XV, com sistemas linguísticos indígenas. O grau de afastamento em relação à língua mãe é hoje de tal ordem que, mais do que como dialetos, os crioulos devem ser considerados como línguas derivadas do português.
Para o pesquisador Marcos Bagno, o surgimento das línguas sempre foi assim, com raízes comuns, mas com diferenças que lhe dão personalidades e vidas próprias, desenvolvidas ao longo do tempo de acordo com as variações culturais das sociedades que as criam e utilizam. Um exemplo disso está na Península Ibérica, onde surgiram o português e o espanhol derivados do latim vulgar e com outras influências, tão parecidos ainda hoje mas tão diferentes. "Desde o primeiro dia em que um português começou a falar em terras brasileiras, a língua iniciou seu processo irreversível de mudança", explica Bagno. "Infelizmente, na mentalidade da grande maioria das pessoas, alimentada principalmente pela escola e pelos defensores da gramática tradicional que invadiram a mídia, esse processo de mudança é visto como decadência, ruína e corrupção do idioma", critica. "E o mais curioso é que em todos os campos da vida social, a mudança e o progresso são vistos como coisas positivas. No caso da língua isso acaba sendo entendido apenas como fruto da falta de cultura, do falar errado da maioria da população."




20º Encontro: 18/09 - Os temas sociais abordados no filme Desmundo sofreram mudanças da época da colonização até os dias de hoje? Como as questões históricas, sociais e culturais se relacionam com a língua?

Sinopse

Brasil, por volta de 1570. Chegam ao país algumas órfãs, enviadas pela rainha de Portugal, com o objetivo de desposarem os primeiros colonizadores. Uma delas, Oribela (Simone Spoladore), é uma jovem sensível e religiosa que, após ofender de forma bem grosseira Afonso Soares D'Aragão (Cacá Rosset) se vê obrigada em casar com Francisco de Albuquerque (Osmar Prado), que a leva para seu engenho de açúcar. Oribela pede a Francisco que leh dê algum tempo, para ela se acostumar com ele e cumprir com suas "obrigações", mas paciência é algo que seu marido não tem e ele praticamente a violenta. Sentindo-se infeliz, ela tenta fugir, pois quer pegar um navio e voltar a Portugal, mas acaba sendo recapturada por Francisco. Como castigo, Oribela fica acorrentada em um pequeno galpão. Deprimida por estar sozinha e ferida, pois seus pés ficaram muito machucados, ela passa os dias chorando e só tem contato com uma índia, que lhe leva comida e a ajuda na recuperação, envolvendo seus pés com plantas medicinais. Quando ela sai do seu cativeiro continua determinada em fugir, até que numa noite ela se disfarça de homem e segue para a vila, pedindo ajuda a Ximeno Dias (Caco Ciocler), um português que também morava na região.
Excelente obra um verdadeiro clássico na história do Brasil. O filme retrata o sofrimento a as injustiças que eram impostas as mulheres daquela época, e ainda faz uma retratação atual do poder do capitalismo que já era presente, pois o poder estava nas mãos de que tinha posses, como foi o caso de Francisco que comprou Orisbela com pagamento de duas vacas, este filme retrata como eram vistas as mulheres como mercadoria e, diga-se de passagem, muitíssimo barata. Assistir ao filme "Desmundo" nada mais é que uma reflexão e um retorno ao início de nossa colonização, a qual se deu de modo tão profano e cruel...

21º Encontro: 25/09 - Você faz um bom manejo da palavra?
22º Encontro: 02/10 - Quais são as forças que impulsionam a mudança lingüística? Como elas atuam?

Para o escritor Marcos Bagno o fenômeno da mudança lingüística provavelmente atrai muito mais a atenção e a crítica pública do que qualquer outra questão lingüística. Existe uma crença amplamente sustentada de que a mudança tem de significar deterioração ou decadência. As pessoas mais velhas observam a fala casual dos jovens e concluem que os padrões decaíram notavelmente. Atribuem a culpa disso a diversos fatores - quase sempre, à escola, onde os padrões da educação lingüística têm mudado bastante nos últimos anos, mas também aos meios de comunicação estatais, onde qualquer desvio das normas tradicionais gera um foco imediato de ataque por parte dos ouvintes conservadores, lingüisticamente sensíveis.
Na maioria das vezes, a língua muda porque a sociedade muda. Deter ou controlar uma delas exige que detenhamos ou controlemos a outra - uma tarefa que só pode ter êxito muito limitado. A mudança lingüística é inevitável e raramente previsível, e aqueles que tentam planejar o futuro de uma língua perdem seu tempo em acreditar que podem fazê-lo - um tempo que poderia ser mais bem gasto em imaginar novas maneiras de capacitar a sociedade a lidar com as formas lingüísticas novas que acompanham cada geração. Hoje em dia, existe de fato um crescente reconhecimento da necessidade de desenvolver uma consciência lingüística e uma maior tolerância com a mudança lingüística, especialmente numa sociedade multiétnica. Isso exige, entre outras coisas, que as escolas tenham o conhecimento e os recursos para ensinar um padrão comum, reconhecendo ao mesmo tempo a existência e o valor da diversidade lingüística. Essa política oferece uma alternativa construtiva aos ataques emocionados que são desferidos tão freqüentemente contra o desenvolvimento de novas palavras, significados, pronúncias e construções gramaticais. Mas antes que tal política possa ser implementada, é necessário desenvolver uma compreensão adequada da inevitabilidade e das conseqüências da mudança lingüística.


23º Encontro: 09/10 - Quais são as melhores estratégias didáticas para ensinar ortografia?
24º Encontro: Atividade: Reflexões sobre o conceito de erro na escola.


Segundo o autor Marcos Bagno a maior dificuldade no ensino da Língua Portuguesa é a idéia que os professores trazem do certo e do errado, ato que a Lingüística considera como “falha na educação”.
Um professor em sala deve considerar o conhecimento prévio do aluno, o que ele traz de seu meio de convívio. O primeiro contato da criança é a família, seria ilógico esperar que esta criança tenha consigo o domínio da norma padrão da língua. A realidade cognitiva desta criança será certamente o conhecimento que terá contato em seus primeiros anos de vida.
Cabe ao professor, não vetar o aluno, e sim, mostrar-lhe um “caminho”, ou seja, uma forma de agregar e aperfeiçoar novos conhecimentos. Para isso ocorrer se faz necessário que o professor busque estar sempre se atualizando, procurando tornar o ensino e a aprendizagem um ato agradável ao aluno e não uma obrigação.
É nossa responsabilidade, professores de Língua Portuguesa, modificarmos esse quadro de preconceito lingüístico fortemente presente em nossa sociedade ensinando aos nossos alunos o respeito às diferenças, aperfeiçoando seu sistema de ensino e através de trabalhos de pesquisas e projetos sociais, reeducar a sociedade para aceitar e respeitar as mudanças que a língua vem sofrendo ao longo dos anos.
Compreendi que muito do que hoje vemos como erro ou desvio da norma eleita como padrão não foi erro no passado e o que é certo pode ser erro no futuro. De acordo com Bagno(2001,p.143-144), “ é bom evitar classificar algum fenômeno gramatical de erro: ele pode ser, na verdade, um indício do que será a língua no futuro”.




25º Encontro: 30/10 - O uso do dicionário apóia a escrita em quê?
26º Encontro: 06/11 - Em suas aulas os alunos são estimulados a pensar? Eles conseguem encontrar o pressuposto e subentendido no(s) texto(s)?

O dicionário é um precioso instrumento de trabalho na aprendizagem de qualquer
língua. Normalmente, o dicionário é consultado para se conhecer o significado desta ou daquela palavra, mas o fato é que se podem encontrar nele inúmeras informações. E, como qualquer instrumento de pesquisa, é importante conhecer a sua organização e funcionamento.
1º Encontro: 27/03 - Como me constitui o (a) professor (a) que sou hoje?

Como toda criança tem seu super-herói, eu também tive uma pessoa que os olhos eram sempre atentos, atitudes firmes e seguras, gestos carinhosos, super-heroína. Estou falando da minha professora de português da 5ª série. Eu a via como personagem de grandes histórias: sábia, decidida, inteligente e bonita. Mas foi no Ensino Médio, 2° ano, que onde a certeza fixou. Mais um bom exemplo de talento profissional. Era o primeiro ano da professora na Secretaria de Educação e ela só levava pra sala de aula novidades, momentos de reflexões, discussões em grupo, leituras de poemas, histórias do Romantismo que me fascinavam. Aquelas atitudes me fizeram ter certeza que eu seria igual a ela, ou seja, seria também professora de Português. Após o término do 2° grau passei no vestibular e cursei o curso de Letras.
Antes de terminar a graduação passei no concurso. Parecia um sonho. Eu estava exatamente na mesma função de quem eu tanto admirava. A partir daí começaram os desafios em ser uma profissional de qualidade. Queria marcar a vida de muitos alunos como um dia a minha foi marcada.
Atendendo a convites saí de sala de aula para assumir a coordenação do Ensino Médio no período de implantação da nova LDB. Foi um grande aprendizado.
Após alguns anos em direção, Regional voltei para sala de aula em 2008 cheia de expectativas e idéias. O curso Alfabetização e Linguagem contribuiu para o início de uma reciclagem, o repensar de minhas ações

2º Encontro: 03/04 - Quem é o professor de Língua Portuguesa?

Bom dia!!! Sou a Professora de Português!
Colegas - Que bom! Chegou a Salvadora da Pátria!
Alunos-Não podemos falar errado.
Geralmente, o que mais ouvimos na escola são essas duas frases. O professor de Português é visto apenas como alguém que vai corrigir os erros ortográficos, ensinar a ler e a escrever e ensinar a gramática.
Na verdade, quando o professor vai ensinar português seu objetivo não é ensinar uma língua que o aluno desconhece, mas sim ampliar os usos do português, como um acréscimo aos usos que nossos alunos já dominam.
É necessário que tenhamos consciência de língua como um fenômeno sociocultural, dialetal e dinâmico, e trabalhemos levando em conta estes aspectos em sala de aula.

3º Encontro: 10/04 - Como eu falo? Como minha fala se apresenta para o outro?4º Encontro: 17/04 - Você já sofreu preconceito lingüístico? Como foi? Como você se sentiu?

A comunicação é central para a interação social. A fala é uma das formas de comunicação. Quando falamos permitimos ao outro que conheça nossos pensamentos, sentimentos, necessidades e passamos a conhecer os sentimentos, pensamentos e necessidades do outro. Podemos nos comunicar com o outro escrevendo, dizendo, representando ou mesmo gesticulando. Todas estas formas de comunicação podem ser agrupadas, por alguns estudiosos na nomenclatura de comportamento verbal e constituem uma aquisição recente da espécie humana.
O comportamento verbal tem inúmeras funções, sendo algumas delas: possibilitar que experiências sejam passadas de geração a geração, permitindo o aprendizado mediado pelas experiências e vivências de outrem; facilitar a comunicação de sinais de alerta; constituir um forte recurso para a expressão emocional. Além destas funções, o comportamento verbal está intimamente ligado com a evolução da cultura. Constitui um elo entre as pessoas e pode adotar diferentes formas, assim como atender a diferentes objetivos. Falamos com palavras, com gestos, utilizando diferentes idiomas. Falamos quando queremos algo, quando precisamos de ajuda, quando percebemos que podemos ser úteis a outras pessoas, elogiando ou criticando ao outro ou a nós mesmos.Um bebê recém-nascido emite sons. Aos poucos vai refinando sua vocalização e torna-se capaz de compreender sutilezas de cada idioma, ou seja, sua experiência em uma comunidade verbal ensinará um idioma, que facilitará sua comunicação futura. Este aprendizado tão rico acontece com grande rapidez nos anos iniciais de nossas vidas, constituindo-se um diferencial da espécie humana e que influencia inclusive no desenvolvimento de nosso cérebro e nas capacidades cognitivas futuras, além de ampliar os horizontes de interação no grupo em que estamos inseridos. Ou seja, falar é uma habilidade crucial para o homem, que foi selecionada na evolução da nossa espécie. Já que ganhamos esta ferramenta, vamos utilizá-la em todo o seu potencial?
Felizmente os preconceitos lingüísticos que sofri foram poucos e me senti como um bebê querendo comer e ninguém entendendo.

5º Encontro: 24/04 - A variação e a norma: o que ensinar na escola?6º Encontro: 08/05 - Quais as implicações da variação lingüística para o trabalho em sala de aula? Como trabalhar o "erro"?

Há um aspecto muito importante na compreensão da língua que é a conscientização de que a mudança e a variação são dois aspectos inerentes a todas as línguas humanas.Para Labov (principal teórico dos estudos sociolingüísticos), a variação é, por si só, um fator potencialmente desencadeador de mudança, portanto não se pode entender a mudança sem considerar a variação a que está sujeita toda língua, ou seja, a análise tem que passar, necessariamente, pela inserção dos fenômenos lingüísticos na sociedade que os utiliza e que reflete estes fenômenos nas práticas socioculturais de seus usuários. A língua tem, portanto, caráter dinâmico e está em constante transformação. A língua muda com o tempo, de acordo com as influências econômicas e culturais; varia no espaço, de acordo com o contexto histórico que modela cada região; varia socialmente, conforme a situação socioeconômica e cultural de seus usuários, ou, ainda, estilisticamente, conforme o grau de formalidade da situação em que se encontram os usuários da língua.
Dessa forma, podemos entender melhor que muito daquilo que hoje vemos como erro ou desvio da norma eleita como padrão não foi “erro” no passado, e que este dialeto sem prestígio pode vir a ser perfeitamente aceito como certo e de prestígio no futuro da língua. De acordo com Bagno (2001, p. 143-144), “é bom evitar classificar algum fenômeno gramatical de ‘erro’: ele pode ser , na verdade, um indício do que será a língua no futuro.”Toda língua, portanto, inclusive a nossa, o português brasileiro, é dinâmica, isto é, está sujeita a mudanças no tempo, no espaço e na esfera social. É por isso, que um mineiro e um carioca, por exemplo, têm determinados sotaques e utilizam expressões que os caracterizam com tal. É por isso, também, que hoje falamos diferente
de antigamente e que as pessoas que moram na zona rural falam diferente das pessoas que vivem na cidade. Há diferenças também de acordo com o grau de escolaridade, profissão e idade de cada falante. Mas há outra dimensão dessa variação, extremamente importante e que deve direcionar nossa prática pedagógica, que é a nossa capacidade de monitorar nossa fala, ou seja, a forma que cada um de nós organiza sua fala de acordo com a situação. Nós escolhemos que palavras usar em situações diferentes, assim como escolhemos que roupa usar para as diversas situações sociais nas quais nos encontramos. Hymes (1972) desenvolve o conceito de competência comunicativa, propondo a adequação da linguagem às diversas ocasiões e situações. De acordo com ele, a escola deveria treinar a criança a reconhecer características contextuais e a desempenhar papéis verbais de acordo com estas. Cabe, portanto, ao professor ensinar a gramática da norma padrão de maneira produtiva, privilegiando a reflexão e o uso da língua em contextos orais e escritos, para que o aluno fale com a devida adequação, leia com proficiência e redija com clareza e coesão. A gramática torna-se, assim, um meio para atingir as competências lingüísticas e não um fim em si mesma. A gramática do uso leva o aluno a trabalhar a língua dentro de contextos discursivos e pragmáticos, mostrando que a linguagem é um processo real de interação.



7º Encontro: 15/05 - Como você vê o "O Show" de um aluno de 7ª série? É um texto? Incoerente? Sem sentido? Há elementos lingüísticos estabelecendo elos entre as informações? (o texto e a atividade estão no material que foi entregue no final do encontro)

Apesar de ter várias palavras sem os devidos conectivos, podemos afirmar que o texto tem uma unidade de sentido que permite estabelecer uma relação entre seus componentes. É um texto com uma seqüência de fatos narrando a ida de uma pessoa a um show. O contexto pode tornar um texto coerente. Logo no início a seqüência é apresentada como um texto, pois quem a produziu tinha a intenção de que fosse um texto e pretendia realizar com ela uma intenção comunicativa. Quem percebe a intenção aceita a seqüência como um texto e procura dar sentido. É aí que entra o conhecimento de mundo arquivado do leitor, como uma espécie de modelo do que seja um show. A divulgação que produz o desejo de ir. A pessoa deve pedir dinheiro ao pai para pagar o ingresso. Na seqüência percebe a preparação, a expectativa e a vibração na apresentação do show, ou seja, é o esquema básico de um show que as pessoas têm na mente. Ao ler o título e ativar esse modelo do que seja um show, o recebedor do texto estabelece as ligações não explícitas entre os termos componentes dos mesmos, vendo–o como coerente para ele, pois faz sentido para ele.


8º Encontro: 1º Fórum: 27/05 - Como trabalhar o livro de literatura na sala de aula? Como a imagem pode ser explorada?

Com toda certeza o livro de literatura é um grande aliado do professor. É de fundamental importância na formação de leitores, no desejo de descobrir e realizar, de despertar os talentos para a arte de representar. São inúmeras as sugestões para se trabalhar com a literatura. Podemos trabalhar as histórias em quadrinhos e descobrir nos alunos talentosos desenhistas, atores nas dramatizações de obras literárias, poemas musicalizados e descobrirmos grandes recitadores em nossas salas de aula.
No âmbito do ensino de literatura, que implicita processo formativo de leitores, um poema ou outro tipo de texto jamais pode vir isolado, soltos desacompanhado de outros poemas e deve estar rodeado por textos jornalísticos, composições musicais ou por imagens fotográficas que evoquem similar sentimento, só que expressa em modalidades de linguagem diferentes.
Segundo Eliana Yunes (2003, p. 14), “a noção da leitura como experiência é favorecida enormemente pela opção de tratar com a literatura, com a ficção. Nelas o sujeito se experimenta e se transforma enquanto transforma o texto”.
E, por essa prática cultural da leitura literária, pelo prazer da desconstrução com sua própria voz, buscando a fala interior, quando “narratividade é desconstruída e todavia a história permanece legível” ( BARTHES, 1973, p.43), muitos estudantes podem até descobrir que conversar com livros pode ser tão prazeroso, embora mais complexo, que os rotineiros bate-papos no recreio.


9º Encontro: 05/06 - Quais alterações você sugere no Currículo do Ensino Fundamental para melhor adequação à atual realidade?

Nos últimos anos, a Escola Pública brasileira vem passando por diferentes discussões, estudos e pesquisas envolvendo temas emergentes, que vem discutir e colocar em cheque a prática exercida pela instituição durante longos anos que marcou e comprometeu a qualidade do ensino. É certo que, também apareceram vários projetos políticos e pedagógicos que vieram questionar a velha prática, mas de modos alternados, e não como política de Governo adotados por Estados, Municípios. É necessário mais oportunidades, como cursos de aperfeiçoamentos, educação continuada para se discutir e construir uma escola democrática e de qualidade.
Creio que esse curso tem proporcionado novas idéias e posicionamentos para se mudar a velha prática. Afinal, uma educação de qualidade é aquela que prepara o aluno para vida fazendo dele um instrumento de inclusão social e não de exclusão.
Um grande abraço a todos que imbuíram dessa nobre atitude: Lutar por uma educação melhor no Brasil!!
Que nós, educadores, façamos uma grande diferença na educação de nossos filhos e netos.



10º Encontro: 12/06 – Após análise de um livro aplicando a abordagem intersemiótica, o que mudou na sua leitura? O que você, enquanto leitor poderia fazer para ampliar seu dialogismo?

A noção de recepção/compreensão ativa proposta por Bakhtin ilustra o movimento dialógico da enunciação, a qual constitui o território comum do locutor e do interlocutor. Nesta noção podemos resumir o esforço dos interlocutores em colocar a linguagem em relação frente a um e a outro. O locutor enuncia em função da existência (real ou virtual) de um interlocutor, requerendo deste último uma atitude responsiva, com antecipação do que o outro vai dizer, isto é, experimentando ou projetando o lugar de seu ouvinte. De outro lado, quando recebemos uma enunciação significativa, esta nos propõe uma réplica: concordância, apreciação, ação, etc. E, mais precisamente, compreendemos a enunciação somente porque a colocamos no movimento dialógico dos enunciados, em confronto tanto com os nossos próprios dizeres quanto com os dizeres alheios.
Segundo Bakhtin (id. ibid., p. 123), “O diálogo, no sentido estrito do termo, não constitui, é claro, senão uma das formas é verdade que das mais importantes, da interação verbal. Mas pode-se compreender a palavra ‘diálogo’ num sentido mais amplo, isto é, não apenas como a comunicação em voz alta, de pessoas colocadas face a face, mas toda comunicação verbal, de qualquer tipo que seja. O livro, isto é, o ato de fala impresso, constitui igualmente um elemento da comunicação verbal. Ele é objeto de discussões ativas sob a forma de diálogo e, além disso, é feito para ser apreendido de maneira ativa, para ser estudado a fundo, comentado e criticado no quadro do discurso interior, sem contar as reações impressas, institucionalizadas, que se encontram nas diferentes esferas da comunicação verbal (críticas, resenhas, que exercem influência sobre trabalhos posteriores, etc.). Além disso, o ato de fala sob a forma de livro é sempre orientado em função das intervenções anteriores na mesma esfera de atividade, tanto as do próprio autor como as de outros autores: ele decorre portanto da situação particular de um problema científico ou de um estilo de produção literária. Assim, o discurso escrito é de certa maneira parte integrante de uma discussão ideológica em grande escala: ele responde a alguma coisa, refuta, confirma, antecipa as respostas e objeções potenciais, procura apoio, etc.” Nessa perspectiva, o diálogo, tanto exterior, na relação com o outro, como no interior da consciência, ou escrito, realiza-se na linguagem. Refere-se a qualquer forma de discurso, quer sejam as relações dialógicas que ocorrem no cotidiano quer sejam textos artísticos ou literários. Bakhtin considera o diálogo como as relações que ocorrem entre interlocutores, em uma ação histórica compartilhada socialmente, isto é, que se realiza em um tempo e local específicos, mas
sempre mutável, devido às variações do contexto. Segundo Bakhtin, o dialogismo é constitutivo da linguagem, pois mesmo entre produções monológicas observamos sempre uma relação dialógica; portanto, todo gênero é dialógico.





11º Encontro: 19/06 – Quais as vantagens e desvantagens de trabalhar com portfólio? Que estratégias você precisa adotar para realizar um trabalho com portfólio em sua escola no segundo semestre deste ano?


Algumas das vantagens de se trabalhar o porta-fólio é o da sua construção pelo próprio aluno permitindo que ele faça escolhas, tome decisões, reflita constantemente suas produções, desenvolva a criatividade, faça auto- avaliação e desenvolva sua autonomia.
O porta-fólio é uma das possibilidades de criação da prática avaliativa comprometida com a formação do cidadão capaz de pensar e de tomar decisões, mas essa é uma das maiores dificuldades que os alunos têm., pois muitos professores acham que trabalhar com o porta-fólio é deixar o aluno sozinho, sem acompanhá-lo na construção, sem dar nortes e critérios. É necessário desmistificar a idéia de que para escrever tem que ter dom, tem que estar inspirado. Basta apenas ter conhecimento prévio do assunto, acompanhamento do professor que surge um belo texto, pois todos são capazes.




12º Encontro: 26/06 – O que você acha de ensinar a Língua Portuguesa padrão como segunda língua? Que estratégias você sugere para o ensino da Língua Portuguesa padrão como segunda língua?


A leitura do divertido texto "O sotaque das mineiras" (autor desconhecido), trouxe à tona uma discussão acerca de como a escola deve lidar com o repertório lingüístico que o aluno traz de casa e das suas s relações sociais.
Para Bagno, os falantes naturais de uma língua são usuários competentes dela, por isso, não há erro em se tratando de língua materna. "A ortografia é artificial, ao contrário da língua, que é natural. A ortografia é uma decisão política, é imposta por decreto, por isso ela pode mudar, e muda de uma época para outra” (BAGNO, 1999, p. 143).
A maior dificuldade no ensino da Língua Portuguesa é a idéia que os professores trazem do certo e do errado, ato que a Lingüística considera como “falha na educação”.
Um professor em sala deve considerar o conhecimento prévio do aluno, o que ele traz de seu meio de convívio. O primeiro contato da criança é a família, seria ilógico esperar que esta criança tenha consigo o domínio da norma padrão da língua. A realidade cognitiva desta criança será certamente o conhecimento que terá contato em seus primeiros anos de vida.
Cabe, portanto, ao professor ensinar a gramática da norma padrão de maneira produtiva, privilegiando a reflexão e o uso da língua em contextos orais e escritos, para que o aluno fale com a devida adequação, leia com proficiência e redija com clareza e coesão. A gramática torna-se, assim, um meio para atingir as competências lingüísticas e não um fim em si mesma. A gramática do uso leva o aluno a trabalhar a língua dentro de contextos discursivos e pragmáticos, mostrando que a linguagem é um processo real de interação.